Bom, pessoal, hoje o nosso PAPO REDE é com o Leo Caldeira, que, mesmo depois de um treino puxado, foi muito atencioso em nos atender. Na entrevista, ele fala sobre seu perfil dentro de quadra, sobre táticas, faz um comparativo entre o vôlei da Europa, o qual viveu 9 anos, e do Brasil; fala sobre o Lorena (ex-camisa 6), opina sobre qual virtude um jogador deve ter e revela o que te tira do sério. Não deixem de conferir...
Assista ao vídeo
Leo, a gente percebe aqui no ginásio que parte da torcida apoia e às vezes vaia. Como é que vocês lidam com isso dentro de quadra, vocês ouvem e sentem uma pressão?
Eu particularmente não escuto nada. Muitas pessoas depois do jogo chegam a me contar que tinham muitas pessoas xingando, criticando, mas que a maioria das pessoas apoia. Mas eu não escuto, quando estou em quadra eu só vejo a bola e vou atrás dela. Eu espero que a torcida venha pra ajudar, porque quanto mais criticam, pior.
Foto: Canal Funadem (picasa) |
Dentro de quadra, qual a sua principal característica?
Como joguei 9 anos na Europa, minha mentalidade é um pouco diferente. Não sou um cara que gosta muito de aparecer. É que eu sou muito concentrado no jogo, eu gosto muito de ajudar o time. Por exemplo, se eu tiver que sacar por baixo pra ajudar, eu vou sacar. Não é porque “ah, eu saco viagem”, que eu vou ser bom, eu penso no equilíbrio. Quando um jogador erra uma bola, eu gosto de ir lá e tentar concertar, ou então acontece uma sequência de erros e o placar acaba se distanciando. Muitas pessoas não veem porque não entendem de vôlei. A minha característica consiste nisso e vocês vão acabar vendo no decorrer do ano.
Crédito: Havar Comunicação |
Não é preciso ser um especialista pra perceber que você salta muito alto, o que impressiona muita gente. Gostaríamos de saber qual é a sua altura de salto.
A última vez que medi estava em 1,07 metros. Você melhora um pouco, mas isso aí acaba sendo coisa do sangue mesmo. São as fibras velozes que você tem, e quando você vê, já está no alto, não tem como controlar (RISOS). Como eu sou baixo, alguma coisa tem que compensar, mas não é fácil, é preciso estar com a musculatura em dia e eu trabalho muito para isso.
Então é uma característica própria sua, mas existe algum treinamento específico?
Tem. Primeiro é a musculação, que assim acaba não sobrecarregando os músculos do corpo. Você melhora um pouco, mas é uma qualidade natural. Se eu ficar 10 anos e voltar a jogar, saltarei 1 metro do mesmo jeito.
Já teve alguma contusão que te deixou afastado das quadras?
Não. Nunca tive contusão, nunca precisei operar nada e nem vou precisar (RISOS).
Você atualmente joga com a camisa 6, que foi a que Lorena usou na primeira temporada do time. Você sente pressão por estar jogando com ela pelo menos por enquanto?
Na verdade acabou caindo em minhas mãos, porque minha vida inteira eu joguei com a 7. Mas este ano, quando cheguei aqui, tinha o Denison, que usava esse número. Eu cheguei a conversar, mas ele não quis negociar comigo e acabei pegando a 6. Por incrível que pareça, não sabia que era a camisa do Lorena (RISOS). Mas espero fazer com a galera pelo menos metade do que ele fez, que assim vou me dar bem (RISOS). Mas na superliga eu jogo com a 7 e não sei quem vai pegar a 6, espero que caia em boas mãos (RISOS).
Você acredita que o oposto ainda é o responsável por virar as bolas do time, ou os ponteiros estão tendo o mesmo destaque?
Depende muito da forma como você monta a equipe. Por exemplo, na Europa se joga muito com o oposto. No Brasil, não, porque aqui a bola é muito rápida, acaba sendo uma saída para o levantador, já que muitos times, tendo contra-ataques, o meio já corre pra saída pra poder bloquear. E no nosso caso é diferente, nós estamos tendo pontuações altas na ponta, a posição 4. Porém, isso é uma coisa que vai girando de acordo com a partida. Vai ter dia, por exemplo, que eu não vou estar bem e o oposto que vai fazer 30 pontos. Eu acho muito importante ter dois ponteiros bons para não sobrecarregar o oposto. Pra você ver, o melhor time do mundo joga desse jeito: com dois ponteiros muitos bons e um oposto bom. É uma coisa positiva isso.
Continuando esse paralelo entre a Europa e o Brasil, você já jogou a Champions. Qual o comparativo que você faz com a Superliga quanto ao estilo de jogo?
É um estilo bem diferente, porque os melhores jogadores do mundo estão na Europa. Aqui no Brasil temos também jogadores de alto nível, mas na Europa é um voleibol mais difícil, de muita marcação, você tem que estar bem fisicamente, é difícil colocar a bola direto no chão, tem que ter defesa e bloqueio alto. É uma competição que exige muito. É como se cada jogo fosse uma semifinal ou final de superliga. Mas o Brasil tem crescido bastante, tem seus valores, não só o Campeonato Mineiro. Se formos pensar, de 12 times da Superliga, 5 são de Minas. Então, as finais do Campeonato Mineiro prometem. Se ficarmos em primeiro mesmo e trouxermos a fase final pra cá, vai ser um belo presente pra galera.
Você já imaginou esse ginásio cheio, está ansioso por isso?
Pra ser sincero, acho muito bacana, acredito que a torcida ajuda muito se ela quiser, mas não fico ansioso não, sou uma pessoa que vive o hoje. Treino igual um maluco e no dia do jogo faço o que treinei. Com 1.000 ou 10.000, para mim é a mesma coisa, porque nossa dedicação tem que ser a mesma. É legal? É. Ter uma torcida te incentivando, ou contra, não é ruim (RISOS). Mas no meu caso faz pouca diferença.
Foto: Canal Funadem (picasa) |
Você e Rivoli parecem ser bastante amigos. Já se conheciam?
Não. A gente conversa sempre. Nem sabia que ele existia e acabou nessa amizade sincera aí de um ajudar o outro. Sei lá, acredito que seja coisa de outra vida (RISOS), só lá na frente que vamos poder saber. Mas é uma coisa legal, porque uma leva o outro pra frente, tem dia que um está chateado e o outro vem e fala: “Vamo, cara”. É bem bacana.
Qual é a maior virtude que um jogador de vôlei deve ter?
Eu prezo muito pela responsabilidade. Mas acho que o cara que tem VONTADE DE GANHAR, pra mim, ele sempre estará à frente. Ele é capaz de olhar para outro jogador e falar: “Ah, esse é bom? Sou melhor que ele!”. Enfrentar o cara peito a peito é a maior virtude. Acho isso muito importante, porque principalmente no vôlei você tem que estar muito bem psicologicamente pra poder vencer. Ganhar um jogo todo mundo ganha, eu quero ver você vencer, chegar no final e dizer: “Eu ganhei isso aí”.
Pra fechar, você é um cara muito brincalhão. Tem alguma coisa que te tira do sério?
A única coisa que me tira do sério é a MÁ VONTADE. Você estar ali se matando pela pessoa. Porque voleibol é grupo, e se você estiver se matando pelo outro e tem alguém que não está fazendo nada, eu fico louco, sou capaz de fazer besteira (RISOS). Mas tranquilo, nada exagerado.
Leo, a gente agradece a participação, foi muito bacana e estaremos aqui na torcida sempre.
Pois é, a galera está precisando dar aquela força. Espero que a torcida venha aí incentivar. Porque a gente indo bem, a cidade é bem falada, todos são bem falados, vocês vão ser mais procurados, pessoas vão querer saber do vôlei e vão entrar mais no blog. Então, tem que jogar junto, torcida e time, para que possamos ir para o caminho certo. Se vamos ser campeões ou não, a gente não sabe, só na final. Mas que vamos vencer muita coisa, vamos. Valeu galera!
Pois é, a galera está precisando dar aquela força. Espero que a torcida venha aí incentivar. Porque a gente indo bem, a cidade é bem falada, todos são bem falados, vocês vão ser mais procurados, pessoas vão querer saber do vôlei e vão entrar mais no blog. Então, tem que jogar junto, torcida e time, para que possamos ir para o caminho certo. Se vamos ser campeões ou não, a gente não sabe, só na final. Mas que vamos vencer muita coisa, vamos. Valeu galera!
Nenhum comentário:
Postar um comentário