quinta-feira, 13 de outubro de 2011

OPINIÃO: ACKILLES OLIVEIRA

A cada jogo do montes claros no ginásio Tancredo Neves parece haver uma surpresa, algo diferente e marcante para a memória do torcedor. Neste último, contra a equipe do Vivo/Minas, apesar do jogo mediano, reflexo do início da temporada, o torcedor saiu empolgado, extasiado. Tudo pela generosa ajuda do meio de rede Henrique, que, destemperado, provocou, foi provocado, perdeu a cabeça com a arbitragem e foi jogar suas mágoas no torcedor do Montes Claros. Algo inacreditável para um jogador deste nível. A torcida ali presente conseguiu desestabilizar um time renovado do Minas, que apresenta um atleta tão talentoso quanto desequilibrado. O caldeirão ferveu com a ajuda de seu destempero.

Embora a cada dia nossa torcida seja nacionalmente conhecida no cenário do voleibol, quem comparece de maneira rotineira aos jogos do Montes Claros pode notar perfis heterogêneos de torcedor. Talvez a emoção de alguns seja tamanha que a irracionalidade por inúmeras vezes se torna presente, como no futebol. Neste último jogo, por exemplo, ouviu-se o famigerado coro de “burro” diante da derrota no primeiro set; gritos de “Pereyra” quando o oposto Tuba encontrava-se bem no jogo; alguns gritando “Talmo” (confesso que isso foi o mais doloroso de ouvir); além de críticas até mesmo a respeito da prancheta do novo treinador. Boa parte de quem vai ao ginásio não compreende as circunstâncias, apesar disso exige que o time tenha rendimento. Isso acontece não somente no esporte. É a geração “fast food”, queremos nossos desejos de forma rápida ou nos achamos no direito de reclamar.

Apesar de tudo, é curioso como o desconhecimento não impede a paixão. A torcida empurra o time, aplaude e canta como se fosse parte da equipe. O comportamento do torcedor torna-se uma poderosa arma diante das dificuldades no jogo. A impressão é que a diversidade das pessoas ali presentes se une para jogar com a equipe. É nítido o desejo dos torcedores de melhorar o ambiente, muitas vezes difícil, para que o time se sobressaia e vença.

Dessa maneira, muitos cantam o nome da cidade, batem palmas e organizam refrões. Outros provocam o adversário, jogador a jogador, de forma que sempre algum deles se aborrece. Todos esses fatores se somam. São os ingredientes do caldeirão. É a paixão pelo time. Tentar controlar a emoção é tão medíocre quanto tentar entendê-la. É preciso apenas viver tudo com diversão. Tenho orgulho de fazer parte dessa torcida.

9 comentários:

  1. Parabéns Ackilles. Concordo com tudo o que foi dito, principalmente, o orgulho de fazer parte da torcida mais apaixonada do Brasil.

    Parabéns ao blog pelo espaço cedido.
    #GOMOC

    Luci

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  2. Descreveu bem essa diversidade encontrada nos torcedores, mas que ao mesmo tempo têm em comum a vontade de demonstrar a sua paixão pelo time.

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  3. É impressionante como nós os torcedores conseguimos ver o time, e posso dizer ser apaixonados e irracionais. Mas ''paixão pelo Moc não se entende, se vive'' é o que descreve o que sentimos ao entrar no caldeirão.

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  4. Parabéns pelas palavras jovem !!! E assim como já é o slogan ... A VIDA não é para ser entendida ... e sim vivida !!! Alguns buscam caminhos mais complicados, outros chegam antes !!! Mas no final tudo dá certo !!! Que venha a SUPERLIGA !!! Quero ver quando nosso "amigo" LORENA vier jogar aqui ... ansioso pra ver esse confronto !!!

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  5. Nossa adorei o comentário!!!
    Muito bem feito, conseguiu demonstrar e representar o que é ser um torcedor apaixonado!!!

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  6. Falta mais cultura esportiva para nossa torcida. Vaiar o treinador na inversão de 5 x 1 demonstra isso. O lado bom é que as vaias são rapidamente transformadas em palmas, porque realmente a torcida aqui é apaixonada. Quanto ao Lorena, acho que a cidade deve muito a ele, nós precisamos desestabilizá-lo emocionalmente com um homenagem merecida antes do jogo, algo que o fizesse lembrar daqueles nobres momentos de alegria que vivenciamos. Eu acho que, no fundo, depois do Moc, torcerei para o Vôlei Futuro na superliga.É uma forma de abrandar esse saudosismo.

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  7. Parabéns pelo texto Ackilles, muito bom.
    Só não estou gostando dessa torcida ganhando caracteristicas de torcida de futebol. A temporada mal começou e logo de início, em um primeiro set com o time perdendo vc escutar gritos de "burro", pior ainda é ver uma pessoa escutar a outra gritar e começar a gritar tb sem nem saber o pq. Se formos fazer coro pra pedir pra jogador sair, pra chamar treinador de burro a cada set perdido, daqui uns dias a formula mágica (união Time + torcida = vitória)q levou o MOC ao q é hoje, vai pro espaço. Não adianta exigir perfeição e todas as vitórias por 3x0 pq não vai acontecer. Vamos deixar o treinador e grupo trabalhar e vamos deixar pra cobrar quando realmente for necessário, quando o time mostrar q não está sendo feito um bom trabalho (oq eu duvido, pq o time tem mostrado estar sendo bem treinado e ddeterminado a fazer um bom trabalho). Parabéns a toda equipe pelo trabalho q vem sendo feito, é notório como uma mudança de treinador faz efeito num time, alberto q fez uma temporada ruim voltou bem melhor, o bloqueio q nos fez sofrer duas temporada tem melhorado muito. Esses são só agluns exemplos. Ainda vamos crescer muito essa temporada.
    Vamo q vamo q temos q trazer as finais pra moc!!!!

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  8. Parabéns Ackilles! Você soube explicar exatamente o que acontece no caldeirão ! E segundo os comentários, também temo pela falta de "nobreza" de nossa torcida ! Chamar um técnico que tem feito a equipe evoluir tanto de burro é inadmissível para uma torcida que é considerada o sétimo jogador! Cabe a própria torcida cortar essas atitudes, para que tenhamos além de quantidade, a qualidade. Quem acompanha o vôlei a algum tempo sabe o poder que nossa torcida tem , então temos que usá-lo a nosso favor ! Vaamo Moc!

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  9. Concordo com os dois ultimos anônimos a torcida não pode chamar um técnico de burro, ele sabe exatamente o que faz.É preciso começar a fazer um trabalho com a torcida de como agir em um jogo de voleibol, não é interessante a torcida ter características de times de futebol.

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