sábado, 18 de fevereiro de 2012

PAPO NA REDE COM REFFATTI

Bom pessoal, hoje o nosso Papo na Rede é com o ponteiro do Pequi Atômico Willian Reffatti. Na 1ª parte da entrevista, o jogador do Montes Claros fala sobre como ele descobriu a aptidão pelo vôlei, como foi sua carreira na seleção juvenil, conta de que forma o emocional pode influenciar na partida e mais. Na 2ª parte, com participação especial da jogadora do Sollys/Osasco - Ju Costa - os dois contam como é o namoro à distância, se um dá conselho para o outro com relação ao trabalho e a importância da existência de fã-clubes e torcidas organizadas para o incentivo do atleta. O Papo na Rede ficou muito descontraído e bacana, não deixem de conferir...



Assista ao vídeo da entrevista




Leia a entrevista transcrita

1ª parte


Reffatti, gostaríamos de começar perguntando como que foi a escolha de se tornar jogador de vôlei. Foi uma coisa fácil? Experimentou outros esportes?
Desde pequeno eu sempre joguei vôlei, tênis, futebol, fazia natação... Então, eu sempre gostei de esporte. A escolha pelo voleibol foi meio que de repente. Porque eu havia recebido uma proposta de jogar no Grêmio juventude como goleiro. Mas meu pai se preocupou com o colégio e achou melhor esperar um pouco. E no outro dia eu recebi uma proposta de jogar vôlei, com direito à moradia, colégio particular e tudo. Assim, bem no dia do aniversário do meu pai (foto ao lado), ele me levou lá pra analisar essa proposta e fazer o teste. Então eu passei, meu pai aprovou e desde os 14 anos eu jogo voleibol.

Então você já fazia uma escolinha, foi um olheiro, como que foi?
Na escola eu sempre joguei voleibol, mas para chegar "lá", pra explodir mesmo, foi um jogador que foi para a cidade em que eu comecei a jogar. Ele disse "ah, tem um garoto assim...". Então ele conseguiu o contato do meu pai para ver se era isso mesmo que eu queria.

Mas você sempre jogou como ponteiro?
Eu cheguei a jogar um pouco de levantador, no Banespa eu joguei de levantador, eu queria ser, acho uma posição fantástica, mas não é tão simples assim.

Você realmente queria mudar de posição ou foi mesmo só "para testar"?
Eu queria mudar, eu cheguei a treinar como levantador no infanto-juvenil, mas eu percebi que não é mesmo "a minha praia". Quando você entra numa fase adulta, que a concorrência é maior, você tem que definir uma posição pra valer.

No Pinheiros você foi reserva do Giba. Como que foi essa "pressão", se é que houve?
Não foi uma pressão, né? Ninguém se compara ao Giba hoje, foi um prazer jogar com ele. Sinceramente, ter 35 anos e ter o gás que ele tem é surpreendente e motivante. Mas eu acho que não teve uma pressão porque tinha jogadores com bagagem extrema lá, como o Marcelinho, o Rodrigão, o Gustavo. Então a responsabilidade não caía em cima da gente, e sim dos caras que tinham que resolver mesmo.

E eles te ajudavam? Como foi seu relacionamento com esses jogadores no dia-a-dia?
Eu tive muita desavença com o Marcelinho. Não sei por que, mas sempre tenho desavenças com os levantadores. Eu sempre converso com o gaúchão, que é o Gustavo; e o Giba é uma pessoa simples, que não vê diferença entre jogador e pessoa comum. Pra ele é como se fosse amigo há muito tempo.


O Pinheiros encerrou os trabalhos com o time de vôlei masculino, esperamos não que eternamente. Mas durante a temporada a Sky já sinalizava que poderia sair como patrocinadora?
Olha, o Pinheiros, como clube, é muito fechado. Para você entrar precisa de indicação de 3 pessoas que já são sócias. Então, os sócios criticavam muito os atletas pelo fato de usarem a academia, serem muitos jogadores. No meio da temporada até escutamos que a Sky poderia sair. Mas espero que o Pinheiros possa voltar a ter um representante na Superliga Masculina, porque o clube tem uma grande estrutura.


Reffatti, a gente sabe que você teve uma passagem pela seleção brasileira de base. Conta como foi sua temporada lá.
Quando eu comecei voleibol, nem sabia que existia seleção brasileira de base. Eu fui convidado pra ir, mas você disputa vagas com 32 jogadores. Em 2004, que o grupo foi fechado com 12 atletas, teve o Sul-Americano na Colômbia, onde fomos campeões sobre a Argentina por 3x2. Inclusive o Pereyra já defendia a seleção. Em 2005, fomos para a Argélia disputar o Mundial, onde a gente perdeu para a Rússia por 3x2 na final. Em 2006, fomos campeões sul-americanos de novo sobre a Argentina. E, em 2007, fomos campeões mundiais em cima da Rússia por 3x0.


Uma curiosidade: é o treinador ou o jogador que escolhe o tipo de saque na partida?
Isso é uma opção tática dos dois. Olhamos muito o adversário, se tem passe ou não. Pegando como exemplo o Alberto, ele tem os dois saques muito bons, tanto o flutuante como o forçado. Então, vai muito do momento, da confiança. Mesmo se o técnico mandar o jogador maneirar o saque e o jogador se sentir confiante para forçar, ele vai forçar.


Foto: Divulgação
Teve um jogo na Sportv em que um dos comentaristas disse que o Jorginho prioriza muito o saque viagem. Isso no dia-a-dia é real?
É verdade, o Jorginho prioriza muito o saque. Hoje, com o nível que está o voleibol brasileiro, se você não sacar bem, é muito difícil você ganhar. Atualmente é muito mais pancadaria do que técnica, como é o caso do cubano Camejo e Wallace. A altura que eles alcançam é absurda. Isso faz com que tenhamos que sacar mais forte para tirar a bola da mão do levantador, porque se você só passar a bola, a recepção adversária sai perfeita e o levantador tem todos os atacantes disponíveis, o jogo passa a ficar fácil e a confiança deles aumenta.


Crédito: Silvio Avila/CBV
É porque realmente é uma coisa que não entendemos tanto. O Montes Claros cede muitos pontos de erros de saque. Então, às vezes você tenta quebrar a recepção, mas acaba errando mais.
Exatamente. O nível do saque tem que ser alto e consequentemente o risco é maior. E como nós temos um time baixo, como eu, o Rafinha e o Serafim, você acaba tendo que recorrer ao saque forçado. Às vezes a torcida fica com raiva da gente, mas não entende que temos que fazer isso por opção tática, pois se não quebrarmos a recepção deles, o jogo vai ser muito mais difícil do que se a gente só passar a bola.




Você é um jogador supersticioso? Faz alguma coisa antes de entrar na quadra?
Cara, eu sou muito supersticioso, mas a minha maior superstição é na hora do hino nacional, quando todos se juntam. Eu não canto o hino nacional, porque essa superstição começou assim: teve um jogo que eu não consegui cantar o hino e nesse jogo eu fui muito bem. Desde então eu não cantei mais. Eu sempre olho aquela estrelinha separada de todas como se fosse eu. Eu quero ser diferente, eu quero me destacar e todo jogo acontece. Então, se vocês olharem pra mim, eu não vou estar cantando o hino nacional e vou estar olhando para essa estrelinha naquela bandeira.


Reffatti, até que ponto o lado emocional define uma partida?
Isso aí é essencial. Vou te dizer que 80% é o lado emocional, porque se você está bem, está focado no jogo, sua cabeça está concentrada e você acredita que vai dar certo, vai dar certo. Então é sempre importante você estar confiante e bem psicologicamente para fazer uma boa partida.


Estamos te perguntando isso porque lógico que existem muitos torcedores aqui em Montes Claros e às vezes o pessoal passa do limite, pois vai no ginásio uma vez ou outra, acaba não acompanhando tanto. Mas assim, boa parte dos torcedores se identificaram muito com seu jeito de jogar. A sua timidez já te atrapalhou no sentido de fazer um ponto e querer comemorar e chamar a torcida?
Acho que não. Já fui criticado  muitas vezes por ser meio apático. Tem gente que gosta, tem gente que não gosta e pra outros tanto faz. Mas eu sempre joguei assim. Não vai ser porque eu "vou alegrar a torcida" que vou mudar meu jeito, minha característica de jogar, mas você acaba sentindo quando a torcida não está te apoiando. A gente fala que a torcida é nosso 7º jogador, com certeza ela pode levar a gente pra cima quanto pra baixo também.


2ª parte


Mudando o cenário para o ginásio Tancredo Neves (CALDEIRÃO), a entrevista continua, com a participação especial da Juliana Costa, jogadora do Osasco.


Já teve ser meio clichê perguntar isso pra vocês, mas como que é conciliar a vida de atleta e o namoro?
Reffatti: deixa para a mulher falar (risos).
Ju Costa: (risos). É complicado, mas ele sabe o objetivo dele dentro do esporte, eu também sei o meu. Mas o tempo que temos livre a gente se vê, eu torço por ele e vice-versa. Ele tem que conquistar o espaço dele, eu tenho que conquistar o meu. Entendemos essa parte e a saudade é boa (risos).
Reffatti: já está respondido (risos).


Teve um jogo no campeonato mineiro que o Reffatti foi levantar uma bola e acabou cometendo dois toques. Ele olhou pra você (Ju Costa) e você fez o sinal de manchete. Vocês dão toques um para o outro?
Ju Costa: vocês conseguiram ver isso? (risos). Às vezes nem ele vê (risos). Acho que sempre damos conselhos. A gente sempre dá toques um para o outro, querendo que o outro vá bem, e quando o conselho vem de uma pessoa que a gente tem confiança, sabemos que é para o nosso crescimento.
Reffatti: com certeza (risos).
Ju Costa: (risos) o que eu falo é amém, né? (risos).


Não conhecemos tantas treinadores atuando no vôlei profissional, ou nenhuma. A que você (Ju Costa) atribui o fato de não ter tantas mulheres comandando times?
Ju Costa: na verdade, eu comecei a jogar com uma treinadora. Uma grande atleta, gostava muito do método de ensino dela, mas não sei se isso só funciona com categoria de base. Eu não saberia te dizer qual é o motivo de ter poucas treinadoras, mas mulher é mais emoção que razão. Em algumas situações é bom essa sensibilidade, mas dificulta muito a relação. Eu não sei o motivo, mas gostaria de te dizer o porquê (risos).


Pra gente finalizar, gostaria de saber de vocês dois o seguinte: aqui em Montes Claros, a torcida acaba meio que se organizando, tem os Perucas, a Orkutorcida, a Ju tem o fã-clube. Você tem um fã-clube Reffatti?
Reffatti: não, ninguém me conhece (risos).


(Risos) Mas assim, o que vocês acham dessa organização das torcidas?
Ju Costa: eu já estava conversando com vocês aqui antes (risos) e estava tentando dar uns toques, porque eu acho muito importante. Acho que qualquer atleta, sendo conhecido ou não, se você tem um carisma, uma luz, você acaba atraindo isso de alguma maneira. E quem gosta de voleibol atrai muito mais. Um lugar como este aqui em Montes Claros, por exemplo, vive disso. É uma torcida extremamente fanática, que vive isso diariamente. Vocês fazem questão de estar em treinamentos, de estarem nos jogos, de participarem da vida dos atletas. Isso é muito importante, incentiva muito. Lá no Sollys temos isso também, a torcida "Loucos de Osasco", que é bem grande e está com a gente perdendo ou ganhando. É muito importante na vida do atleta. Faz muita diferença, parabéns a vocês por isso também. Fala amor (Reffatti).
Reffatti: mas eu não tenho fã! (risos).
Ju Costa: como não? Estão fazendo entrevista com você por quê?
Reffatti: não, porque os únicos fãs que vêm falar comigo é porque eu sou namorado da Ju Costa! Estou brincando (risos). Mas é sempre gracioso uma coisa dessas. Você se sente forte, vocês dão força pra gente. Além de vários fatores, os familiares e as questões financeiras, porque precisamos disso, é o nosso trabalho, acho muito importante ter alguém que confia em você, que mesmo na hora ruim vai estar te aplaudindo, entendeu? Eu acho que é uma coisa que te fortalece, que te deixa mais feliz e que te faz muitas vezes jogar melhor. Então, muitas pessoas que têm esses fãs, crescem muito com essas torcidas. Até mesmo quando xingam, sabemos que é para o nosso crescimento. Tem que continuar com isso, porque é bom para o voleibol e para os atletas.




Agradecemos Reffatti e Ju Costa por terem concedido essa entrevista especial. Os atletas se mostraram como pessoas muito simpáticas e foram muito atenciosos em nos atender. Que vocês possam continuar construindo essa carreira de sucesso na vida de vocês. Grande Abraço da Orkutorcida!

15 comentários:

  1. Pricylla Lobato18 fevereiro, 2012

    Eu sou Fã de Reffati,ja que ele diz nao ter,olha uma fã sua aki,rsrsrsrss. Muito boa a entrevista.

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  2. Os dois sao muito engraçados e interados com a torcida... foi um lado deles que eu nao tinha visto antes.. muitos atletas se fazem de compreensivos e atenciosos com a torcida ou fãs, esses dois sao de uma simplicidade tremenda... Sei lá, acho que em quadra eu tinha uma impressao de ambos serem serios e meio calados hehehe, muito bom mesmo... Muito sucesso aos dois..

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  3. Ajudou muito o MOC essa temporada e seria, pra mim, um dos 4 q gostaria q ficasse para a próxima temporada.
    Massa de mais a entrevista. Ju Costa simpática de mais. Reffatti mesmo sendo tímido, se saiu bem. Os dois responderam muito bem e ri pra caramba aqui tb kkkk.

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  4. SOU SUA FÃ REFFATI!!!!kkk
    ótima entrevista, os dois são uns fofos...
    Parabéns!

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  5. Ainda não tinha tido oportunidade de estar convesando com Reffatti tão pouco com a Ju Costa e eles são de uma simplicidade fora do comum demostrando muita cinceridade em suas palavras e tratamento com as pessoas. É de gente assim que o esportes precisa não de exelentes jogadores e esnobes com os fãs igual tem por ai. Continuem assim Reffatti e Jú Costa

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  6. Felipe Castellaro18 fevereiro, 2012

    Muita bacana a entrevista que a torcida dos Montes Claros fez com os jogadores...parabéns aos organizadores. Eu já torcia pelo Reffatti no Pinheiros e aqui em São Paulo eu nunca vi nenhuma torcida que se envolvesse tanto com os jogadores como a de vocês. Fico muito contente em saber que há torcidas pelo Brasil tão apaixonadas por vôlei como vocês...isso fortalece e valoriza o trabalho destes grandes jogadores. Parabéns!!!

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  7. Muito boa a entrevista!

    Bem que eu vi a Ju Costa torcendo pelo Moc no twitter... Não sabia que ela namorava o Reffati!

    Eles pareceram ser muito simpáticos, estão de parabéns!

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  8. Como assim não tem fã?? Rsrsrsrsrsrs! Reffatti é para mim, um dos mais consistente e um dos poucos que gostaria que ficasse para a próxima temporada!!! É de atletas assim que o MOC precisa ... Humildade sempre! SOU FÃ D+ DELE!!!

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  9. Muito descontraída a entrevista! Esses dois parecem ser muito bacanas ! Também gostaria de ter Reffatti pra próxima temporada, ele tem muito mais pra mostrar em um time mais entrosado. Então mais uma fã sua aí, Reffatti! hhehehee.

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  10. Reffatti é o jogador mais regular do moc nesta temporada. não faz uma partida maravilhosa, mas também é difícil ve-lo jogar mal. acho que ele seria muito importante para a próxima temporada, ao lado de um ponteiro mais alto.

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  11. Graande jogador! Pagou o pato pela recepção do time ser instável!

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  12. Ola, Refatti, nós dois sabemos, que vc começou no colégio, Dom Hermeto. Claro! faz mto tempo, mas vc não esqueceu. Eu conhece toda sua família. E vc estudo com minha filha, Paula Kowalski. Quero te dizer que sempre procuramos acompanhar, pessoas que saíram de Três de Maio é conseguiram alcançar o objetivo. Parabéns, muito sucesso. Abraço para sua família e esposa. BetiK.

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  13. #RenovaReffatti!

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  14. kiko menezes11 março, 2012

    ..Entrevista bacana. A Ju e o Reffatti são simpáticos e simples.Espero que não se contaminem pelas baboseiras das celebridades.são ótimos jogadores!abçs

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  15. ALAN FAGUNDES18 abril, 2012

    Dae meu brother esqueceu que sou seu fã hehehe, sabe que torço por ti. até mais soube que dia 28 deste mês esta de volta a Tm, ai nos falamos abraço.

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