OPINIÃO: EYDER DIAS

SAUDADE DO QUE PASSOU E A ESPERANÇA DE NOVOS TEMPOS...

Saudade da época em que um grupo de jogadores desconhecidos encararam, com a cara e a coragem, o desafio e se arriscar em um projeto novo, que pouca segurança passava e que não se podia prever até onde chegaria. Mesmo com toda imprevisibilidade do projeto, vestiram a camisa e foram à luta. O grupo assumiu tantas características - raça, determinação, perseverança, entre outras - que levaram a resultados que nem o mais otimista jogador ou torcedor imaginava que a equipe pudesse alcançar. Entravam em quadra com “sangue no olho”! Derrota? Não se conformavam facilmente com a derrota e saíam do jogo de cara fechada por não ter dado alegria de mais uma vitória ao torcedor.

Saudade dos tempos em que os jogadores do MOC não se entregavam, desanimavam ou abaixavam a cabeça em quadra, por mais que estivesse complicado o jogo, por mais que o adversário abrisse diferença no placar ou que parecesse que nada daria certo naquele dia. Não foi à toa que chegaram aonde chegaram, com viradas sensacionais e jogos que mais pareciam verdadeiras batalhas... batalhas que tinham guerreiros à frente e um verdadeiro batalhão de mais de 5.000 pessoas lutando e empurrando os guerreiros com um só objetivo - a Vitória.

Saudade de quando o MOC era temido, quando o jogo era no “CALDEIRÃO”, de verdade! Quantas equipes aqui vieram e sentiram a pressão vendo time e torcida jogando juntos, quantos jogadores de seleção “pipocaram” com o ginásio lotado e com os jogadores indo pra cima dos adversários, impondo respeito e mostrando porque queriam buscar títulos...

E hoje, o que vemos? Não se pode afirmar, mas ter vivido grandes momentos com o “TIME DE GUERREIROS” tem nos feito sentir que falta algo, um vazio que parece não conseguir ser preenchido pela atual equipe. As características tão admiradas naqueles parecem faltar nestes, não serem suficientes ou na intensidade com que fomos acostumados. Será que somos exigentes de mais, mal acostumados ou realmente está faltando um algo a mais, uma entrega maior, mais autoconfiança, acreditar que podem fazer mais do que fazem e superar os limites?


O que se vê hoje é que alguns jogadores (sem generalizar) ainda não entenderam o verdadeiro sentido de defender um time como o de Montes Claros e com a torcida apaixonada que a cidade tem. Muitos podem dizer que é uma equipe e com uma torcida como outras quaisquer, mas não é, essa torcida é diferenciada e por mais que o time esteja mal está sempre apoiando, mesmo com o público muito menor que o de costume e com alguns torcedores esbravejando na arquibancada pelas atuações que o time vem tendo, mas que mesmo assim continua colocando público que times que estão na ponta da tabela não colocam.

O que dizer mais sobre a torcida diferenciada... Record de público por dois anos na Superliga (média de mais de 5 mil por jogo); gritos e cânticos ensurdecedores no caldeirão para apoiar os jogadores; madrugada em filas pra comprar ingresso; inúmeras viagens longas para acompanhar o time que tanto gostam, apoiando-o em boa ou má fase; enfim, não é preciso dizer mais nada.

Não temos o objetivo de desvalorizar o trabalho que os atuais jogadores fazem, dizer que estão fazendo pouco ou que outros que aqui passaram fizeram melhor, mas sim apoiar e mostrar que, como aquele “TIME DE GUERREIROS”, “desacreditados”, eles podem dar a volta por cima. Ainda há tempo para uma reação e buscar a classificação, mas é preciso acreditar que podem fazer mais do que já fizeram. É difícil falar agora para reagirem, afinal a situação da equipe é complicada e pode desanimar, mas o momento é de se juntar à torcida, tentar mudar a história e buscar essa classificação para os playoffs. “Encarnar” o verdadeiro sentimento de defender o time do MONTES CLAROS e sua torcida, NÓS ACREDITAMOS!