sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Papo na Rede com Everaldo

Olá, torcida! Voltamos com mais um Papo na Rede. Desta vez, o entrevistado é o levantador do MOC - Everaldo Lucena. Na entrevista, o atleta fala quando começou a sua carreira, sobre o seu perfil dentro e fora da quadra, as funções de um capitão, até quando provocações na quadra devem ser toleradas, sobre a equipe e ainda revela o segredo da utilização da faixa na cabeça durante os jogos. A conversa está imperdível, vale a pena conferir...

Papo na Rede com Everaldo. Montagem: Orkutorcida.

Assista ao Vídeo da Entrevista



Leia a Entrevista Transcrita

Como começou sua carreira no voleibol?
Eu ia assistir ao meu irmão jogar, de 6 para 7 anos, e um senhor na época, Bené, muito conhecido no Rio, já foi até técnico do Bernardinho, pegava uma bola e ficava brincando comigo durante o treino do meu irmão, que era mirim na época. Eu comecei a gostar, a aprender e ele passou a ensinar os fundamentos pra mim; passei a treinar sozinho em um canto e a pegar o gosto disso. A partir dos 7 anos eu já estava federado.

Everaldo MOC.
Crédito: Orkutorcida.
E já começou como levantador?
No início sim, até porque eu era muito pequenininho. O último ano do mirim é de 12 pra 13 anos. Então eu era muito novinho com 7 anos.

Há alguns anos você vem figurando entre os melhores levantadores do Brasil. Mas, no Montes Claros, por exemplo, mesmo que o levantamento esteja muito bom, o ataque não é tão eficiente. Você acredita nessa relação entre levantamento e ataque ou existem outros fatores que contribuem para a eficiência no ataque, além do levantamento?
Olha, eu acredito que a recepção seja muito importante, senão o levantamento não adianta, pois o bloqueio vai ficar mais marcado. Então, penso que é um conjunto da recepção com o levantamento e a escolha do atacante.

Agora, no Brasil, a gente pode perceber que tem poucos bons levantadores novos. É difícil você ver um novo atleta ingressando nessa posição. A que você associa essa deficiência de jogadores como levantador?
Há um tempo, tinha muito aquela questão do levantador ter que ser um cara habilidoso, mesmo sendo mais baixo. Hoje em dia, como cresceu muito o vôlei em questão de altura, desde as categorias de base os técnicos procuram jogadores altos. Porém, às vezes, por ser mais alto, não tem tanta habilidade. Tem altura, mas não tem tanta categoria em "fintar" um bloqueio.

Os atletas de hoje só querem saber de "dar pancada", não é? (Risos)
Exatamente. 

Levantador Everaldo.
Foto: Fredson Souza.
Até que ponto as provocações do time adversário devem ser toleradas?
Olha, em certas partidas é até saudável. É legal. Na minha opinião, pelo menos. Em outras, não, pois tem pessoas que não sabem fazer isso. Acaba virando um deboche. Você tem que saber administrar, levar numa boa.

Você, como capitão da equipe, poderia nos dizer quais são as funções que um capitão exerce dentro de um time de vôlei?
Falam muito que o capitão é o que tem que falar, mas acredito que cada um pode ter sua liderança dentro da quadra. Uns falando mais, outros falando menos. Alguns, só no olhar, você já tem uma liderança. Então, penso que é um conjunto. Não só eu, mas todos nós estamos representando um grupo. Eu estou representando a equipe, mas tem vários que podem fazer isso dentro da quadra, todos têm liberdade.

Montes Claros Vôlei.
Crédito: Orkutorcida.
Ainda não acabou, mas entre tantas oscilações, o que você destacaria de positivo nessa temporada?
Dentro do grupo, penso que o crescimento desde o início, quando a gente chegou em Montes Claros, com muitos problemas, conseguiu se adaptar e foi se ajeitando. Perdemos o Túlio; depois, no final do ano, foi Bob, Wanderson e mais, e a gente conseguiu se adaptar. Demorou um pouco. Fazíamos um jogo ruim e fomos nos adaptando até que chegamos nesse final de classificação com chances de irmos para os playoffs. Isso, pra gente, é muito importante. Poderíamos estar muito pior.

E agora, Everaldo, faltando dois jogos para acabar a fase classificatória da Superliga, percebemos que pode ser a classificação do Montes Claros como poder ser o último lugar da competição. Como está o psicológico do time nesse momento?
Olha, a gente até teve esse treino aqui hoje e viu que foi uma reação boa depois desse último jogo contra o Canoas, em que perdemos numa situação em que o oposto deles sacou muito e não conseguimos reverter o jogo. A gente saiu de lá sabendo dessa situação de poder classificar ou cair. Hoje, pelo primeiro treino, acredito que reagimos bem e espero que seja um bom jogo no sábado para que tenhamos mais tranquilidade para o próximo.

Capitão Everaldo.
Foto: CBV.
Uma curiosidade: se fosse para renovar com o Montes Claros, você renovaria? 
Olha, é tudo muito conversado. Eu estou muito feliz aqui. Quando eu jogava contra, era um lugar que eu gostava muito de jogar. A torcida sempre foi uma coisa que me conquistou muito. 

Você chegava aqui muito incentivado a ganhar, lembramos bem (risos).
Com certeza, era muito gostoso jogar aqui. Esse ano eu até fiquei um pouco triste de ver que não chegou a lotar o ginásio. Teve dois jogos que foram um pouco mais cheio, mas não chegou a lotar. Eu queria muito poder jogar por Montes Claros com um ginásio lotado. Ia ser uma alegria muito grande. Quem sabe na próxima temporada.

Everaldo Lucena. Foto: CBV.
E de onde surgiu essa característica sua de em todos os jogos você estar utilizando uma faixa na cabeça? Tem um motivo especial? (Risos)
(Risos) Tem. É engraçado. Muito gente não vai nem imaginar, mas quando eu joguei na equipe de Vitória, jogava até com o Bruno Temponi, que está no Canoas agora, e a gente estava um dia no shopping, em uma fase em que o time estava muito ruim. Havíamos perdido de nove a dez jogos seguidos, e a gente entrou em uma loja de esporte só por entrar mesmo. Então, fomos em uma área que tinha essas faixas. Nem era de amarrar, era só de colocar na cabeça. Começamos a olhar e perguntei para ele (Bruno): "O que você acha?". Ele falou: "Bacana!". "O que você acha de eu jogar com ela amanhã?". "Leva, vamos ver no que que dá". "Beleza, mas não fala para ninguém". Então, chegamos no jogo e no meio da partida eu peguei a faixa na surpresa. Resultado: ganhamos. A partir daí virou um talismã.

Outra curiosidade: quem é o Everaldo fora das quadras? O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Eu sou um cara muito tranquilo, não gosto muito de agito, de sair. Estou casado agora e gosto mais de sair para jantar, cinema, coisas mais tranquilas. Fora das quadras eu tento esquecer mesmo um pouco da vida (profissional), ficar mais tranquilo.

Everaldo, gostaríamos de agradecer pela entrevista. A gente torce por uma renovação, pois seu perfil combina com o de Montes Claros. Mesmo que não tenha enchido o ginásio, com certeza renovando você o verá assim. É claro que tudo depende de um bom planejamento, um marketing, etc. De qualquer forma, estamos na torcida.
A gente sabe que foi um ano muito conturbado e eu espero que a próxima temporada seja de muitas conquistas e o ginásio lotado para a cidade, seja quem estiver aqui.

Everaldo e Orkutorcida. Crédito: Orkutorcida.

Deixamos aqui o nosso grande abraço ao capitão do Pequi Atômico. Gostamos muito da entrevista. Valeu, Everaldo!

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