E hoje vai mais um PAPO NA REDE para os torcedores do Moc. Dessa vez, a
ORKUTORCIDA entrevistou o estatístico Rodrigo Fuentealba. No papo, ele esclarece
algumas dúvidas sobre as estatísticas no vôlei, explica como ocorre o estudo do
esquema tático dos times, as diferenças entre o vôlei brasileiro e o argentino
e muito mais. Acompanhe a entrevista...
Líbero Serginho |
A eficiência nas estatísticas pode
representar volume de jogo?
Não, a eficiência é dada pela quantidade de acertos positivos e
negativos do jogador e do time nos diferentes fundamentos do jogo. O volume de
jogo pode ser visto nas quantidades de contra-ataque e defesa que o time faz, mas
não precisa de eficiência pra se ter volume.
Atacante Giba |
Por que muitas vezes
é marcado um erro do adversário e não um ACE? Alguns pontos são difíceis de ser
marcados estatisticamente?
Não sei direto como a CBV leva as estatísticas nos jogos, mas na
minha você vai ter sempre um acerto e um erro do rival. Por exemplo, ACE é um erro
de recepção adversária e ataque bloqueado é um ponto de bloqueio do time rival.
Imagem de um treino do Moc |
Como as imagens
auxiliam nos treinos? Elas mostram uma visão mais clara do esquema tático do
jogo?
Com certeza elas ajudam e muito! As imagens
ajudam a ver posição do bloqueio, do esquema tático do rival, da distribuição
do levantador rival, das direções de ataque de cada jogador, e também técnicas
individuais dos jogadores da nossa equipe, que podem ser corrigidas. Os vídeos
são muito aproveitados, basicamente elas dão uma visão mais clara de cada equipe
e nos auxilia quanto ao esquema de jogo para eventual confronto.
O que você observa
durante os treinos e partidas oficiais e que o técnico às vezes deixa passar?
Geralmente a gente troca ideia durante todo
treino, falando tanto sobre o esquema tático quanto sobre erros técnicos de
nosso time. Não deixamos nada sem falar, só que tem aspectos do jogo que ele tem
prioridade pra corrigir.
Qual o fundamento no
vôlei você considera mais importante? Ou então, qual você acredita que mais
demonstra o estado psicológico do time?
O fundamento pra mim mais importante é o
ataque, pois o jogador fica preocupado se ele não está atacando bem. Geralmente
o jogador leva com mais seriedade o ponto de ataque do que, por exemplo, o
ponto de bloqueio e saque, até porque é uma segurança que o levantador tem que
ter, se não ele fica na dúvida pra quem colocar a bola para rodar a cada ponto.
Você vê alguma
diferença do vôlei argentino para o brasileiro?
Tem uma diferença muito grande. O vôlei argentino
tem uma característica de volume de jogo, treinos mais específicos na defesa e
até uma malandragem pro cuidado da bola a cada ponto, mas isso é também pela
qualidade física e técnica da Argentina. No Brasil é muito diferente. O foco é
um jogo mais agressivo, tanto em velocidade como em qualidade na obtenção do
ponto.
Fuentealba e Marcelo Mendez |
A experiência no Moc é a primeira
enquanto integrante da comissão técnica? Como foi o convite para trabalhar no
Brasil: partiu de Marcelo ou de Victor?
Não, eu já tenho trabalhado há mais de 4 anos na Argentina como
estatístico, e o convite pra vir ao Brasil foi por parte de um gran amigo: Marcelo Mendez (foto ao lado).
Equipe do BMG/Montes Claros na temporada 2010/2011 |
Não achou meio
arriscado sair da Argentina pra apostar em um projeto em Montes Claros? Tinha
alguma referência da cidade? Esperava que o projeto fosse obter tanto sucesso?
Não achei arriscado pelo fato de que o vôlei
brasileiro tem uma das superligas mais fortes do mundo e os projetos são
levados a sério. E se não desse certo, sempre tinha para onde voltar. Sobre as
referências da cidade, eu só tinha as que amigos meus da seleção de novos da
Argentina tinham me falado. Sempre tenho trabalhado pra obter o melhor a cada
ano, e graças a Deus o time cumpriu com as expectativas e até superou as mesmas.
Sinto-me muito feliz de fazer parte desta história do Montes Claros no vôlei
brasileiro.
Fuentealba e familiares |
Sente falta da Argentina?
Como é trabalhar em um país que não o seu? E os seus familiares, como reagiram
a essa mudança?
Sinto muita falta sim, das comidas, dos
costumes, dos amigos, mas eu sinto muita falta da família. É difícil ter que
sair do país onde você nasceu, de que gosta e realmente sente paixão, pra poder
trabalhar. Porém, trabalhar no exterior é bom porque aprendemos diferentes filosofias
de trabalho. As escolas do vôlei são muito marcadas quanto ao trabalho. Sobre a
reação da minha família, no primeiro ano eles sentiram a falta de mim pelo fato
de que eu trabalhava no time de minha cidade. Assim, no máximo que eu me afastava
era no máximo três semanas, quando saíamos para jogar fora. Agora, só voltar para
o natal e virada de ano é mais difícil, mas cada ano que vai passando a gente
aceita com melhor predisposição pra aguentar o tempo longe, além de que minha
família sabe que eu estou fazendo o que realmente gosto. Por isso, tenho o
apoio incondicional deles e dou graças a Deus pela família que eu tenho.
Valeu Orkutorcida ! esperamos a vcs nos jogos pra torçer como fantasticamente como sempre!!!
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