quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PAPO NA REDE COM FUENTEALBA


E hoje vai mais um PAPO NA REDE para os torcedores do Moc. Dessa vez, a ORKUTORCIDA entrevistou o estatístico Rodrigo Fuentealba. No papo, ele esclarece algumas dúvidas sobre as estatísticas no vôlei, explica como ocorre o estudo do esquema tático dos times, as diferenças entre o vôlei brasileiro e o argentino e muito mais. Acompanhe a entrevista...


Líbero Serginho
A eficiência nas estatísticas pode representar volume de jogo?
Não, a eficiência é dada pela quantidade de acertos positivos e negativos do jogador e do time nos diferentes fundamentos do jogo. O volume de jogo pode ser visto nas quantidades de contra-ataque e defesa que o time faz, mas não precisa de eficiência pra se ter volume.



Atacante Giba
Por que muitas vezes é marcado um erro do adversário e não um ACE? Alguns pontos são difíceis de ser marcados estatisticamente?
Não sei direto como a CBV leva as estatísticas nos jogos, mas na minha você vai ter sempre um acerto e um erro do rival. Por exemplo, ACE é um erro de recepção adversária e ataque bloqueado é um ponto de bloqueio do time rival.



Imagem de um treino do Moc
Como as imagens auxiliam nos treinos? Elas mostram uma visão mais clara do esquema tático do jogo?
Com certeza elas ajudam e muito! As imagens ajudam a ver posição do bloqueio, do esquema tático do rival, da distribuição do levantador rival, das direções de ataque de cada jogador, e também técnicas individuais dos jogadores da nossa equipe, que podem ser corrigidas. Os vídeos são muito aproveitados, basicamente elas dão uma visão mais clara de cada equipe e nos auxilia quanto ao esquema de jogo para eventual confronto.

O que você observa durante os treinos e partidas oficiais e que o técnico às vezes deixa passar?
Geralmente a gente troca ideia durante todo treino, falando tanto sobre o esquema tático quanto sobre erros técnicos de nosso time. Não deixamos nada sem falar, só que tem aspectos do jogo que ele tem prioridade pra corrigir.

Qual o fundamento no vôlei você considera mais importante? Ou então, qual você acredita que mais demonstra o estado psicológico do time?
O fundamento pra mim mais importante é o ataque, pois o jogador fica preocupado se ele não está atacando bem. Geralmente o jogador leva com mais seriedade o ponto de ataque do que, por exemplo, o ponto de bloqueio e saque, até porque é uma segurança que o levantador tem que ter, se não ele fica na dúvida pra quem colocar a bola para rodar a cada ponto.

Você vê alguma diferença do vôlei argentino para o brasileiro?
Tem uma diferença muito grande. O vôlei argentino tem uma característica de volume de jogo, treinos mais específicos na defesa e até uma malandragem pro cuidado da bola a cada ponto, mas isso é também pela qualidade física e técnica da Argentina. No Brasil é muito diferente. O foco é um jogo mais agressivo, tanto em velocidade como em qualidade na obtenção do ponto.

Fuentealba e Marcelo Mendez
A experiência no Moc é a primeira enquanto integrante da comissão técnica? Como foi o convite para trabalhar no Brasil: partiu de Marcelo ou de Victor?
Não, eu já tenho trabalhado há mais de 4 anos na Argentina como estatístico, e o convite pra vir ao Brasil foi por parte de um gran amigo: Marcelo Mendez (foto ao lado).



Equipe do BMG/Montes Claros na temporada 2010/2011
Não achou meio arriscado sair da Argentina pra apostar em um projeto em Montes Claros? Tinha alguma referência da cidade? Esperava que o projeto fosse obter tanto sucesso?
Não achei arriscado pelo fato de que o vôlei brasileiro tem uma das superligas mais fortes do mundo e os projetos são levados a sério. E se não desse certo, sempre tinha para onde voltar. Sobre as referências da cidade, eu só tinha as que amigos meus da seleção de novos da Argentina tinham me falado. Sempre tenho trabalhado pra obter o melhor a cada ano, e graças a Deus o time cumpriu com as expectativas e até superou as mesmas. Sinto-me muito feliz de fazer parte desta história do Montes Claros no vôlei brasileiro.

Fuentealba e familiares
Sente falta da Argentina? Como é trabalhar em um país que não o seu? E os seus familiares, como reagiram a essa mudança?
Sinto muita falta sim, das comidas, dos costumes, dos amigos, mas eu sinto muita falta da família. É difícil ter que sair do país onde você nasceu, de que gosta e realmente sente paixão, pra poder trabalhar. Porém, trabalhar no exterior é bom porque aprendemos diferentes filosofias de trabalho. As escolas do vôlei são muito marcadas quanto ao trabalho. Sobre a reação da minha família, no primeiro ano eles sentiram a falta de mim pelo fato de que eu trabalhava no time de minha cidade. Assim, no máximo que eu me afastava era no máximo três semanas, quando saíamos para jogar fora. Agora, só voltar para o natal e virada de ano é mais difícil, mas cada ano que vai passando a gente aceita com melhor predisposição pra aguentar o tempo longe, além de que minha família sabe que eu estou fazendo o que realmente gosto. Por isso, tenho o apoio incondicional deles e dou graças a Deus pela família que eu tenho.

Muito obrigado por ter nos concedido a entrevista Fuentealba, com certeza aprimoramos mais ainda nossos conhecimentos no voleibol. Desejamos a você um ótimo trabalho em mais uma temporada “analisando” esse Time de Guerreiros. Um Grande Abraço.

Um comentário:

  1. Valeu Orkutorcida ! esperamos a vcs nos jogos pra torçer como fantasticamente como sempre!!!

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