quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Papo na Rede com Gian

Olá, internautas! Estamos de volta com o nosso Papo na Rede. Desta vez, o entrevistado é o nosso líbero Gian Moraes. Na conversa descontraída, o atleta fala sobre o vôlei brasileiro, como começou sua carreira, se sua estatura chegou a impedi-lo de jogar, fala sobre o Montes Claros e muito mais. Não deixem de conferir, está imperdível!

Papo na Rede com Gian. Montagem: Orkutorcida.

Assista ao Vídeo da Entrevista



Leia a Entrevista Transcrita

Montes Claros Vôlei.
Foto: Fredson Souza/MCV.
Gian, você foi um dos atletas que renovou com a equipe do Montes Claros para esta temporada. Como foi isso: eles te fizeram a proposta? Você de imediato aceitou? O que pesou na sua decisão?
Bom, desde o início eu gostei muito de ter vindo pra cá. Tive o interesse total de permanecer, desde quando eu conversei com Andrey. Eu o procurei e falei com ele que queria continuar e abraçar o projeto, fazer uma temporada melhor e estar se classificando.

O elenco só se completou há pouco tempo. As oscilações da equipe você atribui a isso, ao início de temporada?
A gente tem treinado muito forte, mas é diferente de jogo. Tem o Cruzeiro que já tem um tempo que joga junto. Tem o Minas, que estava treinando há umas seis semanas à frente nossa. Então, querendo ou não...

Demora um certo tempo, né?
Sim, mesmo com jogadores que já jogaram juntos. Tem uma forma física, isso tudo influencia, mas já tem dado resultado.

Gian Moraes.
Foto: Fredson Souza/MCV.
Agora vamos falar sobre a recepção. A gente até falou sobre isso no Papo na Rede com Túlio, mas é uma questão interessante e a gente queria saber sua opinião. Temos reparado nos times, a nível nacional, e também no último mundial, o tanto que a recepção tem se mostrado importante, mas tem sido difícil achar atletas com essa característica. A que você atribui isso? Você acha que é devido ao saque, que evoluiu muito nos últimos tempos?
Acho que os dois. Tem muitos jogadores em falta. No mundial, Brasil pegava seleções como a Rússia e ganhava o jogo no (saque) "flutuado" e está em falta ponteiros passadores. O Murilo é um jogador que fazia poucos pontos na partida, mas dava volume para a equipe. Então, está faltando atletas com essa característica.


Outra questão interessante é com relação à troca infinita de líberos, um pra recepcionar e outro pra defender. Nem todos os técnicos passaram a utilizar, mas Bernardinho por exemplo usou nos dois últimos campeonatos disputados pela equipe. Você inclusive estava trocando com o Ezinho, sendo que você entrava para defender e ele para recepcionar. Que que você acha dessa troca de líberos? Alguns torcedores não aceitam por que tira o ritmo dos jogadores.
Eu até brinco que hoje é difícil ter um atleta como o Escadinha, o Serginho, que passa e defende como ninguém. Mas isso também é bom para a valorização do líbero. Quem ganha é a equipe, pois um passa melhor e outro defende. Mas é cada um buscando seu espaço. O Ezinho está aqui passando, defendendo para a hora que precisar. O importante é valorizar o líbero porque pode fazer a diferença no final do set.

Presente para Gian.
Foto: Arquivo Pessoal.
Agora uma pergunta mais relaxada (risos). A gente pôde perceber nas redes sociais que você tem alguns fãs torcedoras da temporada que você esteve em São Paulo. Como surgiu esse carinho e como foi a sua passagem pelo São Bernardo?
São Bernardo eu tenho um carinho especial porque é onde eu fui formado, não é? Fiquei por sete temporadas e lá eu tenho duas fãs: a Bruna e a Taiene. Às vezes estou em casa nas férias e chega um presente que elas me mandaram. Nos jogos estão sempre acompanhando e eu procuro valorizar essas pessoas.

É importante para o atleta, não é? Ter seu trabalho reconhecido.
Com certeza.

Você é um dos atletas de menor estatura no voleibol, não é? (Risos). Você já chegou a pensar em outra profissão ou outro esporte? A sua altura já te atrapalhou em algum momento da sua carreira?
Eu já fiz todas as modalidades possíveis, eu acho (risos). Joguei futebol, caratê, natação... E aí, com o tempo, eu fui jogando vôlei, comecei a gostar e a me destacar, mas desde o início eu tinha um preconceito comigo mesmo por causa da altura.

Mas qual foi a idade que você definiu o vôlei?
Eu comecei com 10. Então, com uns 14, 15 anos eu disse: "é isso que eu quero". Com 16 eu fui pra São Paulo.

Você já ganhou algum apelido? (Risos).
Ah, tem vários (risos). Anão, Romário, Madson, Gianzinho (risos).

Gian Moraes.
Foto: Fredson Souza/MCV.
Mas você apela ou leva numa boa? (Risos).
Não, eu costumo dizer que eu que sou normal, eu não tenho dois metros de altura (risos). Na rua olham pra eles, não pra mim (risos).

E nas suas horas de folga, o que costuma fazer?
Eu gosto muito do dia, sabe? Parque, passeio. Eu não gosto de ficar dentro de casa. Aqui que faz Sol fico o tempo todo tentando ficar fora de casa, passeando, ficando fora da internet, só de bobeira mesmo. 




Gian, agora vamos partir para o nosso rali, onde vamos dizer algumas palavras e você vai dizer o que aquilo significa pra você.
MONTES CLAROS: hoje uma paixão pra mim que eu defendo com toda força. Nessa camisa aqui eu quero um resultado melhor sempre.
RACISMO: um absurdo ter isso hoje em dia ainda. Sério, eu tenho dó e ao mesmo tempo eu me revolto com essas pessoas que incentivam o racismo.
Gian e ídolo: Serginho (Escadinha).
Foto: Arquivo Pessoal.
DIA INESQUECÍVEL: um campeonato sul-americano de clubes quando eu tava em São Bernardo e a gente perdeu para a Cimed. Fomos vice-campeões de clubes, mas pra mim, com 18 anos, foi um campeonato muito bom que eu fiz e eu não esqueço tão cedo.
SONHO: pra todo atleta um sonho é a seleção brasileira, mas pra mim hoje eu procuro focar no clube, ter história e não me sinto frustrado se não for convocado.
AMIGO: o Bob.
ÍDOLO: o Serginho, Escadinha. Pelo que ele é como líbero e pela pessoa que eu conheço dele, somos grandes amigos.
FILOSOFIA: lutar sempre, não podemos desistir.
FUTURO (PERSPECTIVA): meu futuro é o dia a dia aqui, lutando. Eu quero conquistar o meu espaço. Acho que líbero tem uma posição meio ingrata (risos) e está fazendo falta hoje, são poucos.

Gian é entrevistado pela Orkutorcida. Crédito: Orkutorcida.

A gente percebe o quanto você é dedicado, desde a temporada passada vimos o seu empenho e esperamos que você continue tendo sucesso pelo Montes Claros. Agradecemos muito pela entrevista e desejamos boa sorte. Grande abraço, Gianzinho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário