sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Papo na Rede com Murilo Radke

Olá, internautas! Está no ar mais um Papo na Rede. Dessa vez o bate-papo foi com o nosso levantador, de seleção brasileira, Murilo Radke. Em uma conversa bem rica sobre voleibol, o atleta nos contou seus vícios no esporte, como começou, como chegou a levantador sendo tão alto, sobre suas habilidades, sobre defender o Montes Claros Vôlei e mais. Para aqueles, principalmente, fanáticos pelo vôlei, é preciso conferir a entrevista urgente, muito boa!

Papo na Rede com Murilo Radke, Montes Claros Vôlei. Montagem: Orkutorcida.
Assista ao Vídeo da Entrevista


Leia a Entrevista Transcrita

Murilo Radke no MOC.
Foto: Fredson Souza/MCV.
Você tem 1,98m de altura, o que é relativamente alto pra levantador. Como você acabou nessa posição?
Na verdade eu tive uma mudança na seleção brasileira infanto, onde eu fui indicado pra lá como ponteiro, mas durante os treinamentos eles mudaram minha posição. Com 16 anos de idade mais ou menos eu fiz a troca. Daí eu continuei até hoje.

Inclusive, você tem se destacado nas partidas não só no levantamento, como também na defesa e até no bloqueio. Na Polônia chegou até a atuar como ponteiro. A que você deve tantas habilidades?
Então, no começo da minha carreira toda eu joguei na posição de atacante, mas se fosse para ver o que vem de sangue, minha mãe foi levantadora (risos). Eu meio que tive que ir por esse caminho também. Na Polônia eu joguei um set só, deu um problema na planilha e o técnico, em vez de fazer uma substituição, ele só me deixou na função. Mas foi só um set, não cheguei a jogar jogos completos, foi para "quebrar o galho" do erro que tivemos. Meu foco total agora é levantamento. Muitas gente acha que às vezes eu penso em atacar, mas não. Minha função está bem estabelecida na minha carreira e eu tenho que trabalhar e crescer muito nisso, porque é uma posição muito difícil.

Murilo Radke, irmãs e pais. Foto: Arquivo Pessoal.
Você citou a sua mãe, que foi levantadora anteriormente; e o seu pai, os dois têm carreira no voleibol. Seu pai ainda trabalha na base do Sogipa.
Isso, meu pai trabalhava com o masculino, agora ele está mais no feminino e foi técnico na Superliga B também, na Sogipa; e minha mãe até hoje bate uma bolinha. Os dois jogaram profissionalmente.

Como a carreira deles acabou influenciando na sua decisão profissional? Eles costumam dar dicas e discutir com você sobre as suas atuações?
Olha, minha mãe que dá mais dicas que meu pai, até. Meu pai, por ser técnico, acho que ele segura um pouco às vezes (risos). Tem dia que ele dá um pouco mais de dica, mas minha mãe está sempre puxando minha orelha, talvez por ser a mesma função que a minha. Mas mãe é mãe, sempre defende, não tem jeito (risos).

Murilo Radke na Polônia.
Foto: Karina Stanczyc.
Apesar de ter só 28 anos, você já tem uma carreira extensa: passou por vários times brasileiros, jogou no exterior e defendeu a seleção brasileira, inclusive conquistando ouro nos jogos pan-americanos 2011 (Guadalajara) e prata em 2015 (Toronto). De que forma você transmite essa experiência dentro da quadra, defendendo o Montes Claros?
É, na seleção eu tive quase 10 anos de participação, sendo 5 de categoria de base, 3 de novos e 1 de adulto. Na verdade, é complicado, é um sistema diferente: clube e seleção brasileira. Mas o máximo que posso passar para os jogadores que estão ali próximos de mim eu tento passar. Então, nosso time é um que tem muito a crescer, é muito forte e temos que ter o foco e a cabeça, inteligência, de saber aonde a gente pode chegar. Trabalhar para isso. Em nenhum momento a gente pode dar um pouco menos ou não dar o 100%. Tem que ser o máximo todo dia, porque a partir do momento que não dermos o 100%, vão vir outros que darão. Nunca podemos dar um passo para trás. Tem que trabalhar duro, porque as coisas só vão vir se trabalharmos duro pra isso. Nada cai do céu.

Murilo Radke seleção brasileira.
Foto: Divulgação.
Mesmo com toda essa bagagem, o Sul-americano é uma experiência inédita pra você. Como que o Montes Claros tem que agir se quiser chegar à final? Vocês já têm estudado os adversários?
Na verdade eu já joguei um Sul-americano, o primeiro, pelo Sada, e ficamos na terceira colocação. O Sul-americano é um campeonato curto. No longo podemos segurar alguma coisa, deixar de usar algo pra usar lá na frente. Já no curto você tem que utilizar todas as armas que você tem. Não tem espaço pra economizar. É um campeonato bem competitivo. As outras equipes eu não conheço muito bem, mas as equipes da Argentina eu já vi vídeos deles, já tô começando a fazer um estudo, de duas horas diárias mais ou menos. Analiso mais a nossa equipe do que a que a gente vai enfrentar, pra ver como estamos organizados dentro de quadra. Com certeza vai ser um campeonato bom, que a torcida vai gostar, vai ter grandes jogos, isso aí eu não tenho dúvida.

Murilo Radke no Montes Claros.
Foto: Fredson Souza/MCV.
Falando em estudar adversários, já vimos que você gosta do vôlei até nos seus momentos de folga, porque assiste a partidas transmitidas. Você usa essas partidas só para descontração ou você acaba estudando "sem querer" os adversários pra melhorar suas estratégias de jogo?
Geralmente eu vejo um jogo por dia. Por sinal, hoje (14/02/2017) ia ter três jogos da Champions League e eu já ia dar uma olhada, mas vou ter que olhar a reprise depois (risos). Mas não tem como, nesse quesito eu sou realmente viciado. Eu vejo, faço planilha, faço muito estudo, de tudo que pode ser agregado e o que não pode. Depende muito das peças que você tem, do estilo de jogo que seu time trabalha. Tem que ter um foco muito grande nisso pra fazer com que todas as peças se encaixem e sigam um caminho que possa ser bom e produtivo para todo mundo.


Murilo MOC.
Foto: Guilherme CTX.
Você parece ser muito centrado e calmo durante o jogo. Esse é seu estilo até mesmo fora de quadra ou na partida você transparece isso por ser o levantador e ter que passar uma confiança maior ao time?
Dentro de quadra eu sempre tive uma característica de ser muito sanguíneo, de vibrar bastante, ser muito emotivo. Só que teve determinados momentos que essa emoção foi demais e acabou me prejudicando e me tirando o foco da linha que eu tinha que chegar para fazer o time chegar ao objetivo. Eu aprendi com o tempo a administrar a vontade, que todo mundo tem, obviamente, com o foco de fazer com que o time ande. Isso aí eu fui mudando com o tempo, na verdade. Fora de quadra eu sou totalmente diferente (risos), não tem nem comparação. Tirando a hora que eu estou fazendo estudo estou só de brincadeira (risos).

Todo atleta tem que manter uma alimentação mais saudável e seguir toda uma rotina se quiser ter uma boa performance. Porém, existe aquele dia da semana que você costuma "pôr o pé na jaca" e esquecer um pouco essas restrições? (Risos).
Olha, isso aí é um ponto que às vezes eu me perco (risos). Se tem um problema comigo é doce, meu Deus do céu! (Risos). Não posso ver doce, que eu gosto demais. Geralmente, durante a semana a gente dá uma segurada maior, tanto eu quanto minha esposa gostamos de levar uma vida saudável, mas final de semana é muito difícil. Depois que acaba o jogo então, impossível (risos).

Pra finalizar vamos agora para a parte do nosso Papo na Rede que é como se fosse um rally:
FRIO DA POLÔNIA OU CALOR DE MOC: nossa... calor de MOC (risos). Lá (Polônia) ainda tem o risco de escorregar e cair no chão também (risos);
ESTAR DE VOLTA AO BRASIL É: estar perto da família, dos amigos e de todo mundo que você ama e gosta de estar próximo;
UMA QUALIDADE SUA: paciência;
UM DEFEITO: ansiedade;
PRATO PREFERIDO: churrasco
NÃO FICO UM DIA SEM: ver vôlei.

Então, o Sul-americano está chegando, já começa na semana que vem. Faz uma convocação para a torcida acompanhar os jogos do time.
Assim como falei antes, galera, vai ser um campeonato muito competitivo. Vai ter jogos realmente de alto nível, vocês não podem deixar de comparecer, perder nenhum jogo. Vai ser um campeonato fantástico para toda a cidade de Montes Claros.

Murilo Radke responde às perguntas da Orkutorcida. Foto: Orkutorcida.
Agradecemos mais uma vez ao Murilo Radke pela atenção em nos atender e responder prontamente às nossas perguntas. Sem dúvida foi uma das entrevistas mais ricas até aqui, aprendemos mais um pouco sobre esse esporte que tanto curtimos e pudemos conhecer um pouco mais do perfil do nosso levantador, do qual admiramos muito o trabalho. Que todas essas habilidades continuem levando o time bem longe na temporada 2016-2017 do MOC. Grande abraço da Orkutorcida, Murilo!

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