(Montes Claros x Vôlei Brasil Kirin) Opinião: Rodrigo Costa Lima

Um dos nossos redatores e repórteres da Orkutorcida deu a sua opinião sobre o confronto entre Montes Claros e Campinas, no qual o Pequi Atômico perdeu por 3x0. Não deixem de conferir, excelente reflexão sobre a partida e a temporada 2013-2014 da equipe montes-clarense!

Torcedores montes-clarenses: Mariana e Rodrigo. Crédito: Orkutorcida.

Hoje eu tive raiva, raiva esta desprovida de razão, guiada pelo profundo sentimentalismo que o esporte evoca. Raiva em forma de desabafo, tristeza, guiada em parte para o time, embora, honestamente, ele não mereça. São pessoas dignas de aplausos, dado o caráter e a hombridade com os quais lutam dentro e fora da quadra. Todos nós reconhecemos isso. 

Hoje tive raiva de uma cidade em que o empresariado, pouco consciente da importância do esporte, deixa de apoiá-lo. Fato é que Montes Claros ama o vôlei, ele é um desafogo para uma cidade carente de opções sadias para lazer. Tive raiva ao perceber que essa falta de aporte financeiro nos fez perder cinco atletas no meio de uma temporada e que isto dificultou nosso bom desempenho, sendo que em uma partida chegamos a atuar com apenas nove jogadores. Além disso, a saída de atletas fez com que alguns do elenco remanescente fossem obrigados a trocarem de posição, como foi o caso de Vivalde, Athos, Gian e, hoje, Edinho. 

Tive raiva, porque eu queria vencer, queria classificar e vejo isso no semblante dos atletas, sofro com o sofrimento deles, com o inconformismo de cada um, pois todos nós merecíamos mais. Raiva essa que não advém de revolta, mas de indignação aos percalços injustos ocorridos nessa temporada. 

No entanto, parabéns ao time do Montes Claros, subtenda-se elenco, comissão técnica e patrocinadores, que nos deram uma aula de respeito, educação, humildade, amizade e determinação. Para quem, como nós, teve a oportunidade de acompanhar de perto essa temporada pôde constatar in loco a força de um sonho, aliada ao trabalho sério, o qual agregado aos valores acima produz dignidade, confiança e paz de espírito, mesmo quando as coisas não fluem como se esperava. Isso mantém sua cabeça erguida. 

Lógico, por se tratar de competição, todos esperam por vitórias. No entanto, Montes Claros/Monte Cristo deu e dá grande exemplo: honestidade e profissionalismo. Não contratou atletas a “toque de caixa” para compor um elenco. Fez as contratações que podia, quando podia e dentro de suas limitações, tratando a todos com ética e verdade. Não construíram vitórias ao custo da ilusão profissional de ninguém. Reergueram-se em meio à adversidade e poucos têm essa competência. Foram decentes! Certamente isso os credencia ainda mais para a próxima temporada, um diferencial em um esporte (infelizmente) em crise como está o voleibol brasileiro.

Perdoem-me a falta momentânea de grandeza, ela foi passageira, inconstante, pois eu sou de fato MONTES CLAROS COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR. Todos nós sabemos que o amor, na busca por querer bem, às vezes se excede. Todavia, a razão pondera e a humildade reconhece. Trilhamos unidos uma bela história e permaneceremos assim até o final! Paz e bem!